Cúpula dos Povos da Rio+20 por Justiça Social e Ambiental
Venha reinventar o mundo na Rio +20!
O Movimento AMA/RAMA integrante da rede REBEA, articulador do Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20, vem a público socializar informações postadas na REBEA, manifestar seu interesse em atuar, apoiar, participar, fortalecer e apresentar propostas para as ações junto as organizações da sociedade civil e movimentos sociais e populares de todo o Brasil e do mundo, para participar do processo que
ulminará na realização, em junho de 2012, do evento autônomo e plural, provisoriamente denominado Cúpula dos Povos da Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD). Entre as propostas estão as campanhas PACTO DAS DONAS DE CASA, EMPRESAS E INSTITUIÇÓES PARA COLETA SELETIVA EM APOIO AO CATADOR , como ação proativa para o CONSUMO CONSCIENTE, ADOÇÃO DA CULTURA DOS 7Rs - Racionalizar, Reduzir, Repensar, Recriar, Reaproveitar, Repartir, Revolucionar e DESPERDICIO ZERO = LIXO ZERO = SANEAMENTO DEZ = SAUDE MIL . Todas com agregação em aproveitamento integral do alimentos/segurança alimentar, cultura de prevenção e construção de cadeias produtivas sustentáveis de ponta a ponta, para o comércio justo, inclusão social e bem viver em harmonia com a matriz mãe: Natureza.
Histórico socioambiental mundial
Resgate feito pela REBEA lembra que há vinte anos, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92) e o ciclo social de conferências das Nações Unidas que a ela se seguiu, discutiram os problemas globais que afetam a humanidade e pactuaram uma série de propostas para enfrentá-los (as Convenções sobre Mudanças Climáticas, Biodiversidade, Desertificação, a Agenda 21, Carta da Terra, Declaração sobre Florestas, Declaração de Durban, entre outras). Mas aquilo que deveria ter sido o início da reversão das situações de miséria, injustiça social e degradação ambiental frustrou boa parte das esperanças depositadas nesse processo.
Sete bilhões de seres humanos vivem hoje as seqüelas da maior crise capitalista desde a de 1929. Vivem o aumento gigantesco da desigualdade social e da pobreza extrema, com a fome afligindo diretamente um bilhão de pessoas. Presenciam guerras e situações de violência endêmica e o crescimento do racismo e da xenofobia. O sistema de produção e consumo capitalista, representado pelas grandes corporações, mercados financeiros e os governos que asseguram a sua manutenção, produz e aprofunda o aquecimento global e as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade, a escassez de água potável, o aumento da desertificação dos solos e da acidificação dos mares, em suma, a mercantilização de todas as dimensões da vida.
Enquanto estamos vivenciando uma crise civilizatória inédita, governos, instituições internacionais, corporações e amplos setores das sociedades nacionais, presos ao imediato e cegos ao futuro, agarram-se a um modelo de economia, governança e valores ultrapassado e paralisante. A economia capitalista, guiada pelo mercado financeiro global, continua apoiada na busca sem limites do lucro, na superexploração do trabalho
- em especial o trabalho de mulheres e dos setores mais vulneráveis –, na queima dos combustíveis fósseis, na predação dos ecossistemas, no desenvolvimento igualado ao crescimento, na produção pela produção – baseada na descartabilidade e no desperdício e sem consideração pela qualidade da existência vivida.
Diante de tal conjuntura, o momento político propiciado pela Rio+20 constitui uma oportunidade única para “reinventar o mundo”, apontando saídas para o perigoso caminho que estamos trilhando. Mas, julgando pela ação dos atores hegemônicos do sistema internacional e pela mediocridade dos acordos internacionais negociados nos últimos anos, suas falsas soluções e a negligência de princípios já acordados na Rio92, entendemos que se não devemos deixar de buscar influenciar sua atuação, tampouco devemos ter ilusões que isso possa relançar um ciclo virtuoso de negociações e compromissos significantes para enfrentar os graves problemas com que se defronta a humanidade e a vida no planeta.
Entendemos que a agenda necessária para uma governança global democrática pressupõe um fim da condição atual de captura corporativa dos espaços multilaterais. Uma mudança somente virá da ação dos mais variados atores sociais: diferentes redes e organizações não governamentais e movimentos sociais de distintas áreas de atuação, incluindo ambientalistas, trabalhadores/as rurais e urbanos, mulheres, juventude, movimentos populares, povos originários, etnias discriminadas, empreendedores da economia solidária, etc. Necessitamos construir um novo paradigma de organização social, econômica e política que – partindo das experiências de lutas reais destes setores e da constatação de que já existem condições materiais e tecnológicas para que novas formas de produção, consumo e organização política sejam estabelecidas – potencializem sua atuação.
A Rio +20 será um importante ponto na trajetória das lutas globais por justiça social e ambiental. Ela se soma ao processo que estamos construindo desde a Rio-92 e, em especial, a partir de Seattle, FSM, Cochabamba e que inclui as lutas por justiça climática para a COP 17 e frente ao G20. Este momento contribuirá para acumularmos forças na resistência e disputa por novos paradigmas baseados na defesa da vida e dos bens comuns . Assim a REBEA no Brasil e o Movimento AMA, no Nordeste, na Bahia, se integra ao grupo e convida a todos e todas para uma primeira atividade preparatória desta Cúpula dos Povos, no dia 2 de julho de 2011, na cidade do Rio de Janeiro para – juntos e juntas – construirmos um processo que culminará em nosso encontro em junho de 2012 e se desdobrará em novas dinâmicas.
Certa de novos caminhos para a pauta de Sustentabilidade na Bahia
Sds harmoniosas
Liliana Peixinho
Movimento AMA - Amigos do Meio Ambiente, integrante da REBEA- Gestora do Comitê Facilitador da Sociedade Civil.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Vidas, recursos, esperanças... enxurradas abaixo
As chuvas que caem na Bahia, no Nordeste, no Rio de Janeiro, no Brasil, inundando ruas, derrubando casas, aumentado os buracos das pistas, matando pessoas e proliferando doenças, revelam também o grau de descaso com o saneamento básico, com a qualidade da água, com a Vida. Das enxurradas descem toneladas de resíduos sólidos dos mais variados: plásticos, papel higiênico, restos de comida, papelão, vidros, alumínio, madeira, entre outros caracterizados como “lixo”, ampliando o leque de problemas à saúde, deslocamento da população, incremento da economia e desestrutura familiar. È imenso, incalculável, o volume de coisas que ainda jogamos fora, em qualquer lugar, sem nenhum critério de reutilização, racionalidade no uso e reuso transformando- os em lixo, que, nas chuvas, acabam boiando aos nossos olhos incrédulos, ou soterrados, junto a corpos humanos, proliferando dor.
A falta de manutenção dos esgotos, das galerias da rede subterrânea de água, associada ao desmatamento das encostas e à falta de coleta seletiva dos resíduos, até mesmo em unidades hospitalares, aumentam os riscos à saúde da população. Os recursos gastos com o tratamento de doenças provocadas pela falta de saneamento, de políticas ambientais preventivas, moradias em encostas, medidas emergenciais e paliativas, revelam uma filosofia dissonante com as necessidades atuais de preservação da vida no planeta. É inadmissível como o Governo, empresas e sociedade em geral, ainda não executam ações previamente planejadas com o rigor, a urgência e a correlação entre custos e benefícios, necessários para minimizar os efeitos de fenômeno naturais como ventos e chuvas fortes, cujas previsões poderiam servir como alertas.
A existência de lixões, a falta de ações de prevenção, com educação ambiental massiva, são problemas graves para aceitar discursos que banalizam a expressão sustentável. Problemas ambientais de um Brasil que ainda não tem a aplicação de uma política nacional limpa sobre resíduos sólidos. O fato é que milhões de pessoas, na sua maioria crianças e idosos, pobres, estão morrendo. Conforme estudos da ONU a diarréia, provocada por falta de água limpa, mata mais crianças na América Latina do que a tuberculose ou o HIV/AIDS. O alerta de que milhões de meninos e meninas, sobretudo indígenas e afro-descendentes, estão em perigo, e que a diarréia é somente uma das doenças da extensa lista resultante da falta de qualidade da água, parece não ter sensibilizado técnicos responsáveis pelos programas, que com certeza, recebem volumosos recursos, mal utilizados.
Essa política não integrada, de visão estreita sobre sustentabilidade como fator resultante de comportamentos preventivos, cuidadosos, harmoniosos, racionais, menos consumistas, está levando cientistas sociais para uma posição pessimista com relação ao futuro próximo. Se as crianças, que representam a esperança de construção desse paradigma sustentável, estão morrendo de doenças preveníveis, como doenças respiratórias, dengue, leptospirose, gripes, infecção intestinal por injeção de água suja, entre muitas outras que poderiam ser evitadas, o futuro não pode ser animador. Informe sobre Desenvolvimento Humano, divulgado, anualmente , pelo PNUD, desde 1990, enfatiza que investir em água e saneamento salvaria milhões de vidas, com agregação de valor econômico. O acesso universal a serviços de água e saneamento reduziria a carga financeira dos sistemas de saúde nos países em desenvolvimento em cerca de US$ 1,6 bilhão ao ano.
Liliana Peixinho* – Jornalista, ativista sócioambiental, fundadora dos Movimentos Independente AMA – Amigos do Meio Ambiente e RAMA – Rede de Articulação e Mobilização em Comunicação Ambiental
A falta de manutenção dos esgotos, das galerias da rede subterrânea de água, associada ao desmatamento das encostas e à falta de coleta seletiva dos resíduos, até mesmo em unidades hospitalares, aumentam os riscos à saúde da população. Os recursos gastos com o tratamento de doenças provocadas pela falta de saneamento, de políticas ambientais preventivas, moradias em encostas, medidas emergenciais e paliativas, revelam uma filosofia dissonante com as necessidades atuais de preservação da vida no planeta. É inadmissível como o Governo, empresas e sociedade em geral, ainda não executam ações previamente planejadas com o rigor, a urgência e a correlação entre custos e benefícios, necessários para minimizar os efeitos de fenômeno naturais como ventos e chuvas fortes, cujas previsões poderiam servir como alertas.
A existência de lixões, a falta de ações de prevenção, com educação ambiental massiva, são problemas graves para aceitar discursos que banalizam a expressão sustentável. Problemas ambientais de um Brasil que ainda não tem a aplicação de uma política nacional limpa sobre resíduos sólidos. O fato é que milhões de pessoas, na sua maioria crianças e idosos, pobres, estão morrendo. Conforme estudos da ONU a diarréia, provocada por falta de água limpa, mata mais crianças na América Latina do que a tuberculose ou o HIV/AIDS. O alerta de que milhões de meninos e meninas, sobretudo indígenas e afro-descendentes, estão em perigo, e que a diarréia é somente uma das doenças da extensa lista resultante da falta de qualidade da água, parece não ter sensibilizado técnicos responsáveis pelos programas, que com certeza, recebem volumosos recursos, mal utilizados.
Essa política não integrada, de visão estreita sobre sustentabilidade como fator resultante de comportamentos preventivos, cuidadosos, harmoniosos, racionais, menos consumistas, está levando cientistas sociais para uma posição pessimista com relação ao futuro próximo. Se as crianças, que representam a esperança de construção desse paradigma sustentável, estão morrendo de doenças preveníveis, como doenças respiratórias, dengue, leptospirose, gripes, infecção intestinal por injeção de água suja, entre muitas outras que poderiam ser evitadas, o futuro não pode ser animador. Informe sobre Desenvolvimento Humano, divulgado, anualmente , pelo PNUD, desde 1990, enfatiza que investir em água e saneamento salvaria milhões de vidas, com agregação de valor econômico. O acesso universal a serviços de água e saneamento reduziria a carga financeira dos sistemas de saúde nos países em desenvolvimento em cerca de US$ 1,6 bilhão ao ano.
Liliana Peixinho* – Jornalista, ativista sócioambiental, fundadora dos Movimentos Independente AMA – Amigos do Meio Ambiente e RAMA – Rede de Articulação e Mobilização em Comunicação Ambiental
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